10/12/2010

Os mitos do microcrédito


Revelações recentes acerca do papel de  Muhammad Yunus, prémio Nobel,  no alegado desvio de 100 milhões dos bancos Grameen começaram a gerar discussões acerca do valor do microfinanciamento nos paises em desenvolvimento. Os críticos procuram já há algum tempo uma plataforma para revelar os pontos fracos e mitos do microfinanciamento.

O primeiro mito é que o microcrédito não exige garantias. Os microfinanciadores assumem o controlo de todos os bens do mutuário (terra, casa, jóias, equipamentos, reservas de alimentos, animais, remessas de poupança, mobiliário, etc) e forçam estes a converter os activos em dinheiro em caso de risco

O segundo mito é o de que o microcrédito dá poder ás mulheres. Estas são frequentemente alvo de programas de microfinanciamento mas como revelaram as estatísticas, não beneficiam em comparação com os seus pares masculinos.
 
O terceiro mito é que o microcrédito permite empréstimos a taxas de juro reduzidas, em condições razoáveis. A taxa nominal cobrada é frequentemente superior à dos agiotas locais.

O quarto mito é o de que os reembolsos dos empréstimos correspondem a aumentos do rendimento disponível e sustentabilidade da economia. A insustentabilidade do microcrédito é por demais evidente.

O microcrédito só deve ser considerado como uma medida temporária. Não resolve os problemas da pobreza nem consegue tornar as comunidades auto-suficientes, nem tão pouco aumentar a autonomia das mulheres. Fornece sim, uma coverage para os estados e privados que investem neste segmento  - retorno financeiro que lhes permite investir em indústrias de crescimento rápido e beneficiar os ricos.

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